Segunda Barbie inspirada em Stevie Nicks
- The B Collector
- 21 de out.
- 3 min de leitura

Stevie Nicks nunca foi apenas uma voz. Aos 77 anos, a artista que ajudou a definir o som do Fleetwood Mac e moldou o imaginário do rock dos anos 1970 continua a encontrar novas formas de permanecer culturalmente presente. Sua mais recente aparição — não em um palco, mas em uma prateleira — vem na forma de uma boneca Barbie, inspirada na capa do álbum Bella Donna (1981).
O lançamento marca a segunda colaboração entre Nicks e a Mattel, após o sucesso de sua primeira Barbie, lançada em 2023 e inspirada na era Rumours (1977). Ambas as versões contam uma história complementar: a primeira, vestida de preto e empunhando um pandeiro, remetia ao auge da banda e à persona mística que encantou plateias; a segunda, de branco, recria a fase em que Nicks consolidou sua carreira solo. “Essas bonecas contam a história de toda a minha vida musical”, afirmou a cantora à revista People. “Se eu tenho algo sagrado para deixar, acho que seria a Barbie.”

A decisão de Nicks de associar seu nome à linha Barbie Signature ultrapassa o simples licenciamento de imagem. Para a artista, os modelos representam capítulos da própria trajetória. Para a Mattel, simbolizam uma aposta precisa na nostalgia cultural — um mercado que movimenta cifras expressivas entre colecionadores e fãs de música.
De acordo com estimativas da Brand Equity Quarterly (2025), a Barbie Stevie Nicks Rumours foi uma das bonecas mais lucrativas da linha Signature no último triênio, esgotando-se em poucas horas após o lançamento. O estudo aponta que produtos licenciados baseados em ícones de décadas passadas têm taxa de revenda 60% superior à média dos colecionáveis contemporâneos.
A estratégia é clara: traduzir marcos musicais em objetos físicos que encapsulam memória e estética. No caso de Nicks, o resultado é duplamente eficaz. Sua imagem — construída em torno de xales, botas, cartolas e uma aura quase sobrenatural — já dialoga com o universo visual que a Barbie cultiva há mais de seis décadas.
Especialistas em branding, como a consultora fictícia Helena Duarte (Instituto de Estudos Culturais), destacam que o apelo de Nicks se sustenta em autenticidade. “Não se trata apenas de vender nostalgia. Stevie Nicks continua em turnê, mantém relevância intergeracional e conserva controle criativo sobre sua narrativa — algo que nem todos os ídolos do rock conseguiram preservar.”
A transformação de artistas em produtos licenciados não é novidade, mas o caso de Stevie Nicks chama atenção pela intensidade com que a própria artista legitima o processo. Ela já afirmou publicamente que gostaria de ver “cada roupa que já usei transformada em uma boneca Barbie” e planeja lançar um livro de fotografias das peças originais.
Ao transformar sua imagem em objeto de coleção, Stevie Nicks redefine o que significa construir um legado no século XXI. Sua colaboração com a Mattel sintetiza uma era em que a cultura pop, a nostalgia e o consumo convergem de forma quase inevitável.
No centro disso está uma artista que sempre resistiu a classificações fáceis — e que agora, mais uma vez, se move entre o palco e o imaginário. A Barbie Bella Donna não é apenas um produto: é o retrato de uma artista que continua a narrar sua própria história, mesmo quando o meio de expressão deixa de ser a música e passa a ser o mito.




































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